Com a mãe e o pai trabalhando, a contratação de uma babá é um caminho que algumas famílias optam em seguir ao invés de matricular o filho em uma escola de Educação Infantil. Encontrar a profissional ideal é tarefa que requer cuidado e atenção.

Os pais tendem a ficar mais tranqüilos em entregar seu filho à pessoas mais velhas e experientes. No entanto, independente da faixa etária ou de sua trajetória profissional, é necessário observar certas características, dentre elas, capacidade afetiva, responsabilidade, higiene e senso de humor.
Trata-se de alguém que irá lidar com o nosso filho e que, indiretamente, fará parte da família. Portanto, é necessário muita calma e observação.
A tarefa não é simples, mas a entrevista pessoal é importante, observando as expressões e reações, suas vivências e seus valores. Também é necessário identificar os empregos anteriores da candidata e sua organização familiar. Nesse caso, vale a pena checar pessoalmente as referências e, inclusive, consultar seu antecedentes criminais. Se for o caso de uma candidata sem experiência anterior, é válida a análise das suas referências pessoais.
Nem sempre a experiência é o mais importante. O fundamental é o interesse. Treinar uma babá inexperiente pode até ser mais interessante.
Para tanto, é preciso identificar se as candidatas à babás possuem real prazer neste trabalho ou o encaram como apenas mais uma forma de ganhar dinheiro. Trabalhar como babá deve ser encarado como uma forma de construir uma carreira.
Feita a seleção, é recomendado que se agende uma nova entrevista e, neste caso, a candidata terá contato com a criança. É nesta hora que os pais avaliam a empatia da babá e da criança, mas também com os pais e a profissional.
Quanto maior for o número de informações, mais tranqüilidade a família terá em relação à babá, afinal, se faz presente no noticiário nacional crianças sofrendo de violência ou descuido das profissionais. Neste caso, a mudança de comportamento da criança é o principal sinal que os pais devem observar constantemente.
Para prevenir situações lamentáveis como os maus tratos à crianças, a saída é o treinamento de babás na tentativa de mostrar a elas a importância e a responsabilidade deste papel e fazer com que, informadas corretamente sobre os mecanismos da infância, suas necessidades e urgências, possam se reconhecer e se valorizar como profissionais, aumentando a auto-estima, fundamental para o trato com crianças.
Após a contratação, o convívio
Em artigo publicado na Revista Cláudia, em Dezembro de 2004, abordou-se uma vivência comum entre as famílias que possuem babás. Há um receio em chamar a atenção para algum erro cometido. Afinal, esse descontentamento pode refletir em maus tratos aos filhos. Se nunca chamou a atenção da babá, o mais provável é que ela entenda que está agindo corretamente e que esta sendo aprovada em suas atitudes. Por isso, o ideal é falar com calma, pois, para que possam cobrar equilíbrio emocional da babá as mães também precisam demonstrar equilíbrio emocional ao falar com ela, servindo de exemplo e modelo.
Um exemplo vem da jornalista Tanise Dvoskin, que publica coluna no caderno semanal Meu Filho, na Zero Hora e também possui o blog Nave Mãe (www.donna.zerohora.com.br/navemae), escreveu sobre o assunto. “Realmente é muito difícil encontrar a babá ideal. Eu fui atrás das agências que me indicaram aqui em SP, mesmo assim me decepcionei muito com a primeira babá. Ela tinha 25 anos de experiência, referências ótimas, mas acabou se mostrando uma pessoa "pesada", sempre de cara fechada e mal humorada. Ficávamos pisando em ovos com ela até que tomei coragem e demiti. (Na verdade foi um drama. No fundo eu tinha medo dela...só depois percebi)”.
O bebê, apesar de não falar, comunica-se através do choro, de alterações no sono, na alimentação e na conduta; com certeza os pais percebem quando seu filho está inquieto, com alguma dificuldade. Quando maior, a criança já pode relatar o que aconteceu. Para isso é importante que os pais deixem claro para a própria criança, diante da babá, qual o papel que ela exerce; o que esperam da profissional; o que a babá pode fazer na ausência dos pais e finalmente quais são as atitudes esperadas e aquelas não permitidas. Diante de uma situação estranha ou que a deixou assustada, a criança sente-se mais à vontade para dividi-la com os pais.
De outro modo, é muito importante que as mães possam criar e manter um canal de diálogo e comunicação com as babás de seus filhos. O hábito de conversar com elas regularmente para avaliar o trabalho, elogiar suas atitudes corretas e sua responsabilidade, relembrar as orientações e combinações estabelecidas no momento da contratação são exemplos que facilitam o convívio e diminuem os riscos de problemas sérios. Se você mantém aberto um canal de comunicação fica bem mais fácil conversar com a babá sobre eventuais falhas, sem temer que ela leve isso para o lado pessoal, criado um clima tenso e hostil, o que seria péssimo para todos, especialmente para a criança.
Caso precise despedir a babá, conte com uma rede social de apoio até contratar a nova profissional - avós, parentes, amigos podem ajudar - ou procure o serviço de uma creche. Isso causará um transtorno temporário na sua rotina.
ROTEIRO DE CONTRATAÇÂO DE BABÁS
A empatia e a própria sensibilidade dos pais contam tanto quanto respostas confiáveis e que a confirmação da confiança depositada deve ser avaliada no dia-a-dia. Porém, a contratação pouco criteriosa pode levar, na melhor das hipóteses, a uma troca frequente de babás, o que implica em uma série de repercussões negativas para as crianças. Encare como um recrutamento em uma empresa: da forma mais séria e cuidadosa, evitando desgastes de tempo, treinamentos e principalmente, de investimentos emocionais de todos os envolvidos.
Em geral, os pais partem da seguinte dúvida: Onde procurar uma babá? A primeira resposta deveria ser: jamais na casa de uma outra família, pois a maneira como uma pessoa sai de um trabalho pode seguir sendo a mesma e que a próxima família a ficar a descoberto pode ser a sua. A sugestão é buscar apoio às boas babás ou domésticas de amigas cuidadosas; através de contatos familiares em cidades do interior ou ainda nas famílias de antigas ajudantes.
1. Contato (telefônico):
Inicialmente, é preciso saber alguns dados pessoais, que podem ser anotados em uma ficha: nome completo, idade, estado civil, se ela tem filhos e a idade deles, com quem ficam e aonde. Pergunte claramente porque procura emprego como babá. A partir daí, indague sua experiência profissional. Pergunte ainda há quanto tempo está desempregada e o motivo pelo qual saiu do último emprego. Se ainda estiver trabalhando, procure saber como está sendo feita esta saída do emprego, se a patroa daria referências dela. É útil perguntar o que ela imagina que a patroa falaria sobre ela (compare depois). Indague seu último salário e esquema de folgas.
Se estes dados colhidos forem satisfatórios para sua avaliação e possibilidades financeiras, marque uma data para ela lhe telefonar para marcarem uma entrevista, mas antes peça os contatos atualizados com as pessoas que dariam referências de seus trabalhos anteriores. Peça também os nomes das crianças e idades na época - isto dá a medida do envolvimento ou interesse pelas crianças das quais cuidou.
2. Checagem das referências:
Nesta etapa, o importante é que se consiga checar as informações obtidas com a candidata e buscar outras tantas que lhe permita checar na próxima entrevista. Esclareça com a pessoa que você estará tomando o tempo dela por um instante para poder fazer uma contratação segura.
Procure saber como ela agia profissionalmente e pessoalmente, que características mais incomodava e quais valorizava, os motivos da saída. Indague um pouco sobre a dinâmica da família, para verificar os pontos em comum com a sua.
Pergunte como lidava com as folgas, com salário, com os demais profissionais da casa, o que sabia sobre a família dela. Indague sobre hábitos de higiene e educação e sobre como agia em situações de impasse com as crianças.
Se houver alguma resposta que contradiga o que você colheu junto à babá, confronte com a resposta dela e verifique a reação. Caso perceba uma tentativa de mudar de opinião, desconfie.
3. Primeira entrevista:
Esta etapa deve ser feita preferencialmente fora de sua casa, evitando assim o contato da candidata com as crianças. Se o pai da criança puder estar junto, será de grande valor, pois duas opiniões contam sempre mais do que uma. Procure colocá-la à vontade, sem deixá-la intimidada ou nervosa. Desta feita, você poderá pedir a ela que fale um pouco mais sobre sua vida, sua família, seus filhos. O ideal seria que ao final desta conversa você esteja fechando em sua cabeça um perfil desta pessoa: se ela fala olhando em seus olhos, se é simpática, se tem boa dicção, se fala abertamente de sua vida ou se é misteriosa, se fala das crianças de quem cuidou com carinho. É bom ficar atenta ao asseio pessoal, ao tipo de vestimenta que usa, se parece ter postura ao sentar, se lhe parece sincera em suas palavras.
Pergunte a ela qual foi a criança mais fácil de quem cuidou, e por que. Pergunte, em seguida, qual teria sido a mais difícil e o motivo. Faça o mesmo com relação aos patrões. Uma boa maneira de perguntar é saber com quem ela melhor se relacionava na família. Não há problema algum em fazer algumas anotações, peça licença e diga que é um hábito seu. Indague sobre sua saúde e seus hábitos de alimentação.
Se tiver filhos, explore um pouco este assunto: verifique o que acha importante na educação de uma criança, o que os filhos significam para ela. Indague com que faixa de idade ela acha que se identifica mais.
Por fim, pergunte a ela o que acha que precisa ter uma boa babá e quais destas características ela acredita que possua e quais precisaria aperfeiçoar. Deixe bem claro todos os pontos, regras, funções da babá em sua casa.
4. Entrevista final:
Esta etapa é de definição. Na verdade, ao chegar até aqui a candidata está com excelentes chances de ser contratada. Portanto, chame-a à sua casa para interagir com as crianças, conhecer os demais profissionais, mostrar um pouco da dinâmica da família e da rotina dos pequenos. Observe seu jeito com todos, veja se pergunta sobre os hábitos e normas da casa.
Aproveite esta ocasião para indagar tudo o que houver esquecido nas etapas anteriores, ou mesmo dúvidas suscitadas pelo pai das crianças. A empatia e a sensibilidade das crianças contam bastante nesta fase, mas leve em consideração se a babá anterior for muito querida pelas crianças.
Uma sugestão de consulta para verificar aspectos legais da contratação segura é o site: www.domesticalegal.com.br.
Fonte: lojas Sleeper
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